sábado, 24 de julho de 2010

TUDO SOBRE NATIVAS: GOIABA, JABUTICABA, PITANGA

DA MATA ATLÂNTICA PARA A MESA E A FARMÁCIA CASEIRAS
Originárias da América Central e do Sul, a goiabeira, a jabuticabeira e a pitangueira têm muito em comum, pois são árvores da mesma família, a das Mirtáceas, que compreende mais de cem gêneros e cerca de três mil espécies. Dezenas de goiabeiras silvestres, parentes das que conhecemos no comércio, deixaram de ser cultivadas nos quintais e agora só existem no que resta de mato. Elas foram conhecidas de nosso avós como uma verdadeira farmácia indígena, mas não chegaram a entrar em cultivo comercial.
O que reúne todas essas árvores aparentemente tão diferentes numa mesma família é, além de alguns elementos estruturais, o formato em pompom da flor, geralmente pequena e branca, a maioria polinizada por insetos (veja boxe). Na história geológica do planeta, essa família provavelmente descende de um ancestral comum que existia há mais de 100 milhões de anos antes do presente, quando os continentes ainda eram unidos. Depois houve a separação dos continentes e seguidas mutações, dando origem às mirtáceas da América, e de outros lugares do mundo, que evoluíram para as espécies atuais. As frutas e árvores a seguir são um exemplo destacado da importância dessa família botânica para a alimentação, a fitoterapia e a cosmética.


GOIABA: UMA FARMÁCIA DO COMPLEXO B

Mundialmente famosa por seu fruto, a goiabeira (Psidium guayava) é uma árvore média de belo porte originária do México, Colômbia e Peru que foi espalhada pelos nativos por toda a América do Sul, da Amazônia ao Paraguai, muito antes da chegada dos conquistadores espanhóis e portugueses. Seu uso como alimento e como remédio faz parte das tradições indígenas brasileiras pré-colombianas, que já conheciam outras espécies nativas parecidas.
O porte da goiabeira varia do arbustivo ao arbóreo e, como ela cresce em todo o território nacional, desenvolveram-se, a partir da Psidium guayava, variedades específicas para produção comercial em cada região. No Centro-Sul do País, predominam os cultivos da variedade comum, da IAC-4 e a guanabara. Em Minas Gerais planta-se também a variedade pirassununga vermelha; em Pernambuco, as variedades portilho-01 e 02 e bebedouro. Na Bahia, as variedades ruby supreme, EEFT e webber supreme. As variedades preferidas para o consumo in natura são a kumagai e diversas variedades de onagas, especialmente no Rio de Janeiro. Em São Paulo, cultiva-se a variedade sassaoka.
Todas essas variedades foram selecionadas para o fruto ter casca mais firme e resistir melhor ao transporte. “Por causa da preferência dos homens pelos sabores mais doces, as goiabas de hoje têm menos nuances de sabor que as cultivadas de variedades próximas das nativas”, explicou o professor Sylvio Panizza em seu curso de Fitoterapia, ministrado na Universidade de São Paulo. “As frutas nativas tendem a ser muito mais azedas, o homem é que vai selecionando variedades maiores, mais doces e de casca mais grossa.”
A goiaba, quer redonda, quer em forma de pêra, que são variantes da mesma espécie original guayava, é rica em sais minerais (como cálcio e fósforo) e em vitaminas (como A, complexo B e C). Justamente por causa da grande quantidade de vitamina C foi usada na Segunda Guerra Mundial como suplemento alimentar dos soldados aliados que agiam em regiões frias. Ela era desidratada e reduzida a pó para aumentar a resistência contra problemas do aparelho respiratório, comuns nas regiões frias. Além de variar quanto à forma (redonda ou piramidal), a goiaba varia quanto à cor: branca, amarela e vermelha. A quantidade de vitaminas varia conforme a cor da fruta, mas é sempre alta. A variedade branca, por exemplo, possui mais vitamina A que a vermelha; mas a vermelha, em compensação, tem mais vitamina C (ver Ficha Técnica).
O conteúdo de vitamina C vai diminuindo de fora para dentro do fruto, o que quer dizer que ele é maior na casca que no “miolo” doce. Em cultura para fruto de mesa, a presença da mosca das frutas, que nela deposita suas larvas, é combatida pelo ensacamento individual dos frutos. A goiaba pode ser consumida crua (bem lavada, para eliminar eventuais inseticidas), misturada com um pouco de água e batida sob a forma de suco (tem mais vitaminas que o suco de laranja, por exemplo), em sorvete, em geléia, em compota, em goiabada (lisa e cascão), em frutas secas cristalizadas, em farinha (goiaba flakes) e ainda serve para fazer um saboroso licor. “A geléia de goiaba é rica em pectina e media em acidez, portanto, um ótimo alimento”, diz o professor Sylvio Panizza em seu livro Plantas que Curam – Cheiro de Mato. O botânico também explica que “quando ingerida sem casca e com sementes, a goiaba tem a propriedade de aumentar o trânsito no intestino e age como laxante.

O botânico Pio Corrêa comenta as qualidades medicinais da planta: “A casca encerra de 13% a 17% de tanino e serve como curtimento de peles finas; é, porém, preferida nas aplicações terapêuticas, como adstringente e poderoso antidiarréico, sobretudo na diarréia infantil, útil também na leucorréia e no cólera asiático; externamente usada para lavagem de úlceras, está admitida na farmacopéia holandesa.” As raízes, os brotos, as folhas e os botões florais têm as mesmas virtudes de combater a diarréia por causa da presença do tanino. “O suco dos brotos passa por ser eficiente contra certas afecções do estômago e doenças da pele”, diz Pio Corrêa. As cascas dos troncos devem ser retiradas quando começam a se soltar, pois as árvores da família das Mirtáceas descascam conforme o tronco cresce.

A goiaba na dieta dos velhos
Falando de frutas como a goiaba, que possui muitas vitaminas do complexo B, o médico Flávio Rotman, em seu livro A Cura Popular pela Comida, chama a atenção para a diminuição das concentrações de vitaminas do complexo B no sangue nas pessoas acima de 60 anos e para a necessidade de repor essas vitaminas por meio da inclusão de mais frutas e alimentos adequados na dieta.
Ele cita estudos que mostram que as vitaminas do complexo B também agem aumentando os índices de bom colesterol no sangue, o HDL (lipoproteína de alta densidade), que carrega o colesterol diluído no sangue até o fígado, onde ele é queimado. Essas vitaminas também diminuem os índices de LDL-colesterol (lipoproteína de baixa densidade, que adere aos vasos sanguíneos). Carência de vitaminas do complexo B fizeram desenvolver arteriosclerose em macacos, que foi revertida pela administração dessa vitamina.

Box

Princípios ativos
Mucilagens, taninos, óleo essencial, sais minerais, pectina, ácidos orgânicos, açúcares.



FICHA TÉCNICA

Principais ingredientes em cada 100 g

Calorias 40
Carboidratos 7,98 g
Proteínas 0,75 g
Gorduras 0,50 g
Vitamina A – goiaba branca 334 U.I.
Vitamina A – goiaba vermelha 2.450 U.I.
Vitamina B1 – goiaba branca 59 mcg
Vitamina B1 – goiaba vermelha 190 mcg
Vitamina B2 – goiaba amarela 183 mcg
Vitamina B2 – goiaba branca 156 mcg
Vitamina B2 – goiaba vermelha 154 mcg
Vitamina B5 – goiaba amarela 0,77 mg
Vitamina B5 – goiaba vermelha 1,20 mg
Vitamina C – goiaba amarela 80,20 mg
Vitamina C – goiaba branca 80,10 mg
Vitamina C – goiaba vermelha 45,60 mg
Cálcio 14 mg
Fósforo 30 mg
Ferro 0,50 mg


RECEITUÁRIO


CULINÁRIA

Geléia de goiaba
(receita do prof. Sylvio Panizza)

Lave muito bem 2 kg de goiabas vermelhas bem maduras e corte-as ao meio. Leve ao fogo para ferver em fogo alto com 1 copo americano de água. Quando levantar fervura, reduza para fogo brando e cozinhe até as goiabas ficarem macias. Coe numa peneira fina, espremendo o resíduo. Para cada ½ litro de suco, acrescente 2 copos americanos bem cheios de açúcar 2 1 colher (chá) de suco de limão. Leve ao fogo brando novamente e mexa até dissolver bem o açúcar. Aumente a chama e ferva, sem parar de mexer, até atingir o ponto de geléia. Quando estiver frio, acondicione em potes esterilizados. Para esterizar, tire a tampa do pote e ponha-a junto com o pote numa panela com água. Ferva por 15 minutos, enxugue com um pano liso e despeje a compota. Feche o pote e volte a fervê-lo por 15 minutos se quiser guardar a geléia para uso posterior.

Geléia de goiaba
(outra receita)
Cozinhe algumas goiabas bem maduras inteiras. Em seguida amasse com a água do cozimento e coe em coador de flanela ou passe numa peneira fina. Junte uma parte de açúcar para cada duas partes do suco e leve ao fogo forte até dar ponto de geléia. Tire do fogo, deixe esfriar e guarde em vidros de geléia.
Geléia de goiaba sem açúcar
(para diabetes e regimes de emagrecimento)
Você vai precisar de 5 goiabas grandes vermelhas, 1 colher (sobremesa) de adoçante que pode ir ao fogo (vendido em farmácias e lojas de matérias-primas para sorvetes) e 1 pacote de gelatina em pó sem sabor. Descasque levemente e corte as goiabas ao meio. Escave o meio da fruta com uma colher, retirando as polpas com sementes. Cozinhe as polpas e as cascas em panelas diferentes. Depois de cozidas, passe as polpas numa peneira para retirar as sementes, misture com as cascas e bata no liquidificador. Passe novamente numa peneira. Leve ao fogo para voltar a aquecer, mexendo sempre com colher de pau. Apague o fogo antes de levantar fervura e acrescente o adoçante e a gelatina, mexendo bem. Despeje em potinhos e deixe esfriar. Guarde em geladeira. As goiabas podem ser substituídas por quantidade equivalente em peso de uva, jabuticaba, mamão, maracujá, pêra, maçã ou outra fruta preferida.

Doce de goiaba
Descasque levemente meio quilo de goiabas e corte ao meio, retirando as sementes. Bata as cascas e as sementes no liqüidificador com meio copo americano de água, coe espremendo num pano e misture com meia xícara (chá) de açúcar branco e meia xícara (chá) de açúcar mascavo. Leve ao fogo brando para cozinhar com 4 cravos-da-índia. Quando estiver fervendo, acrescente os frutos cortados em metades e escavados. Mexa levemente com colher de pau e cozinhe até o ponto desejado.

Goiabada caseira
Descasque goiabas vermelhas bem maduras, corte-as ao meio e pese-as. Coloque numa panela grande ou tacho de cobre, ferva rapidamente e acrescente ½ kg de açúcar para cada kg de massa de goiabas, deixando cozinhar em fogo brando. Mexa sempre com colher de pau para não agarrar no fundo. Ela está no ponto quando se soltar do fundo sem grudar. Mergulhando uma faca molhada na massa, ela deve sair enxuta. Coloque em caixinhas ou latas rasas para endurecer.

Goiabada espumosa de Colatina (ES)
Bata no liquidificador 6 goiabas vermelhas maduras descascadas e sem sementes. Bata 2 claras em neve, junte 2 colheres (sopa) de açúcar às claras e continue batendo. Pare de bater e acrescente o purê de goiaba, aos poucos. Depois acrescente 1 lata de creme de leite batido. Sirva gelada, com biscoitos tipo champanhe.

Compota de goiaba
Lave bem goiabas maduras, descasque, corte ao meio, ponha numa panela, cubra de água e cozinhe por 2 minutos até ficarem macias. Retire, mergulhe rapidamente em água fria e escorra numa peneira. Faça um xarope com 3 partes de açúcar para 1 parte de água. Coloque as goiabas e continue cozinhando até dar ponto ralo. Coloque em vidros de compota. Se for guardar por mais tempo, feche hermeticamente os vidros e depois ferva-os durante 15 minutos. Deixe esfriar, enxugue e guarde.



MEDICINA POPULAR

Contra inchaço de pernas e pés
Ferva 2 colheres (sopa) de folhas secas de goiabeira picadas ou 5 folhas frescas picadas em 1 xícara (chá) de água por 5 minutos. Deixe amornar tampado e tome 2 xícaras (chá) ao dia, de manhã e à tarde, entre as refeições.
Para controlar excesso de menstruação
Ferva 2 colheres (sopa) de flores em 1 xícara (chá) de água por 5 minutos. Deixe amornar tampado e coe. Tome 2 xícaras (chá) ao dia. Também faça lavagens com chá de cascas de goiabeira: ferva 1 xícara (café) de cascas picadinhas em 1 litro de água. Deixe esfriar tampado, coe e volte a amornar para fazer as lavagens.

Contra incontinência urinária
Ferva 5 folhas de goiabeira picadas em 1 xícara (chá) de água por 5 minutos. Deixe amornar tampado e coe. Tome 1 xícara (chá) de noite.

Caldo de goiaba contra diarréia
Esmague ½ quilo de goiabas verdes numa maquina de moer carne, ponha numa panela, cubra com água e cozinhe por 15 minutos. Esprema num pano a massa gelatinosa e use como caldo, a ser tomado após cada evacuação.

Contra diarréia em crianças
Adicione 1 xícara (chá) de água fervente sobre um broto grande bem picado. Tampe e deixe amornar 10 minutos. Coe, adoce com dextrosol ou mel e acrescente o suco de meio limão. Dê para a criança tomar 1 xícara (chá) duas a três vezes ao dia.
Contra diarréia em adultos
Ferva 5 brotos em um copo americano de água, deixe amornar, coe e tome várias vezes ao dia, até cortar a diarréia.

Contra diarréia em adultos
(chá composto)
Despeje 3 brotos grandes de goiabeira, 3 folhas de pitangueira e 3 folhas de abacateiro, tudo muito picado, em 2 copos americanos de água fervente. Continue a ferver por 10 minutos. Amorne e coe. Tome de ½ copo a 1 copo após cada evacuação.
Poção corta-diarréia
Pique 2 goiabas médias bem verdes e bata no liqüidificador com 2 xícaras (chá) de água. Ferva 10 minutos. Coe espremendo num pano e tome após cada evacuação.
Outro chá contra diarréia
Ferva 4 colheres (sopa) de casca picada numa xícara (chá) de água por 5 minutos. Deixe amornar e coe. Tome 1 xícara de uma só vez e a outra aos goles, depois de cada evacuação. Em vez da casca, podem ser usados folhas e brotos novos.
Cicatrizante de feridas
Misture 2 colheres (sopa) de casca do caule da goiabeira com 1 colher sopa de confrei picada em ½ litro de água fervente. Deixe amornar tampado e coe num pano. Aplique no local da lesão com uma gaze. Remova a cada 4 horas.
Gargarejos contra irritações da boca
Ferva 2 colheres (sopa) de cascas picadas em 1 xícara (chá) de água por 5 minutos, deixe amornar e coe. Faça gargarejos 3 vezes ao dia.
Contra irritação vaginal (irrigação)
Ferva 1 xícara (chá) de cascas picadas ou brotos novos por 5 minutos em 1 litro de água, acrescente 2 colheres (sopa) de bicarbonato de sódio, deixe amornar e coe. Aplique no local.
Contra urina solta
Ferva 1 xícara (chá) de folhas picadas em 1 xícara (chá) de água por 5 minutos, coe e tome à noite.
Contra inflamação urinária
(cistite)
Misture os seguintes ingredientes, todos picados: 1 colher (sopa) de caules de cavalinha 1 colher (chá) de folhas de goiaba 1 colher (chá) de tomilho e 1 colher chá de folhas de menta. Ferva em 2 xícaras (chá) de água, deixando amornar tampado. Tome 2 xícaras ao dia, entre as refeições.


JABUTICABA: AMIGA DA DIGESTÃO E DOS PULMÕES

A jabuticaba é o fruto da jabuticabeira (Myrciaria trunciflora ou Myrciaria cauliflora e variedades), uma árvore nativa da Mata Atlântica brasileira, que também pertence à família das mirtáceas. É uma árvore muito elegante, de folhas pequenas e com uma curiosidade: as flores e, consequentemente, os frutos nascem em cabinhos que surgem no próprio tronco e até na superfície das raízes expostas. As variedades mais comuns são a paulista, que grande porte e frutos grandes, a Sabará, de porte menor e frutos pequenos e mais doces, a branca, de frutos grandes verde-claros e a ponhema, de frutos grandes, mas que só devem ser consumidos bem maduros e são mais usados para geléias.

Receita para obter mudas
A árvore leva de oito a dez anos para produzir a partir de sementes, mas mudas enxertadas produzem em cinco anos. O Guia Rural Abril de 1986 traz uma interessante receita paranaense para produção de mudas de jabucabeira por meio de estacas de galho.
Pegue um galho de 2,5 metros de comprimento, com uma bifurcação a um metro da base. Retire a casca de 40 cm da parte inferior. Em seguida você vai precisar de um latão de 18 litros com tampa e dois furos nessa tampa: num no meio, por onde você introduz o galho até o fundo do latão e outro furo no canto, por onde você introduz uma mangueira para manter o latão cheio de água. Cave um buraco com profundidade de 1 metro e largura suficiente para acomodar a lata. Tampe bem com terra. Através da mangueira, encha a lata de água duas vezes por semana. Em um mês o galho começará a brotar. A planta formará raízes e a lata desaparecerá com o tempo. A madeira da jabuticabeira é muito resistente.
Os poderes da jabuticaba
Além de saboroso, o fruto da jabuticabeira é uma verdadeira farmácia, respaldada por tradições indígenas e populares. A polpa da jabuticaba é uma saborosa fonte de vitaminas e sais minerais, como cálcio e fósforo. Com as cascas dessa fruta se fazem geléias e um corante para vinho e vinagre, que substitui o sabugueiro, as flores de malva e as papoulas, que dependem de importação. O chá das cascas da jabuticaba também tem muitas propriedades medicinais, pois é antiinflamatório, acalma os intestinos e faz bem para a pele. Até a entrecasca da fruta (película transparente entre a casca e a fruta) é um remédio tradicional contra a asma (veja receita).

FICHA TÉCNICA
Ingredientes a cada 100 g

Calorias 43
Proteínas 1 g
Cálcio 13 mg
Fósforo 14 mg
Ferro 1,9 mg
Vitamina B1 0,06 mg
Vitamina B2 0,16 mg
Vitaminca C 12 mg


RECEITUÁRIO

MEDICINA POPULAR

Contra a asma
Com auxílio de uma faca afiada, retire as entrecascas de 8 jabuticabas e ferva em 1 xícara (chá) de água. Ferva durante 2 minutos, deixe amornar tampado e tome 1 xícara (chá) toda manhã, adoçada com mel.

Chá buscopan contra má digestão
Ferva 2 colheres (sopa) de cascas picadas em 1 xícara (chá) de água por cinco minutos. Tome 1 xícara (chá) de duas em duas horas enquanto sentir mal-estar.

Como laxante suave
Coma polpa de jabuticaba sem as cascas, engolindo as sementes, no café da manhã e no jantar.

Contra dor de garganta
Esmague cinco jabuticabas com casca e polpa em 1 xícara (chá) de água, ferva durante 5 minutos, coe esfregando numa peneira com as costas de uma colher e faça gargarejos três vezes ao dia.

Contra diarréia
Ferva 1 xícara (chá) de cascas em ½ litro de água durante 5 minutos. Deixe amornar tampado e tome ½ copo após cada evacuação.

Papinha corta-diarréia
Tire os caroços de 2 xícaras (chá) de frutas, deixando bastante polpa. Bata no liqüidificador e coe. Tome meio copo às colheradas. Essa mesma papa feita na hora pode ser aplicada sobre feridas, pois é excelente cicatrizante.


COSMÉTICA
Para suavizar a pele
Inclua jabuticabas frescas e geléia de jabuticaba na sua dieta.

Contra caspa
Tire os caroços de 2 xícaras (chá) de frutas, deixando bastante polpa. Bata no liqüidificador e coe. Aplique nos cabelos cinco minutos e enxágüe com água morna. O excesso de oleosidade vai desaparecer e também a caspa.


CULINÁRIA
Geléia de jabuticaba
Encha uma panela com jabuticabas, cubra com água e ferva até cozinharem e as cascas começarem a rachar. Esmague tudo com colher de pau e vá mexendo até o caldo engrossar. A seguir peneire ou esprema num pano de cerdas finas. Para cada xícara (chá) de caldo peneirado, adicione 1 xícara (chá) de açúcar. Ferva novamente até ficar em ponto de geléia. Guarde em vidros esterilizados.

Geléia de cascas de jabuticaba
Ferva 1 kg de cascas de jabuticaba por 2 minutos, deixe esfriar e bata no liquidificador. Passe numa peneira, acrescente 400 g de açúcar ao caldo e leve ao fogo, até dar ponto de geléia. Se quiser acrescente 2 paus de canela durante o cozimento.
Geléia de jabuticaba diet
(para diabetes e regimes de emagrecimento)

Esmague ½ quilo de jabuticabas e cozinhe com as cascas em um pouco de água. Retire as cascas e as sementes passando numa peneira grossa. Reserve meia xícara (chá) de cascas e bata no liquidificador com a polpa peneirada. Passe novamente na peneira e volte a aquecer, mexendo bem. Apague o fogo antes de levantar fervura e acrescente 1 colher (sobremesa) de adoçante que pode ir ao fogo e 1 pacote de gelatina em pó sem sabor. Mexa bem, e ponha em potinhos e leve à geladeira até a hora de servir. As jabuticabas podem ser substituídas por quantidade equivalente em peso de goiaba, uva, mamão, pêra, maçã ou outra fruta preferida. (Receita de Maria Libania Leonel)


Licor de jabuticaba
(Receita tradicional dos anos 1950)
Esmague 1 kg de jabuticabas em um recipiente de louça ou vidro com tampa, junte dois pedaços de carvão de 5 cm de comprimento, 1 pau de canela, 2 cravos da índia e 1 garrafa de álcool 40 graus. Tampe bem o recipiente e deixe repousar duas semanas, mexendo todos os dias com uma colher de pau. No 15º dia acrescente 800 g de açúcar, 1 garrafa de água (mesma medida do álcool), misture bem e torne a fechar o recipiente. Espere 24 horas para coar duas vezes, primeiro passando num pano e depois em papel de filtrar.

Licor de jabuticaba
(receita moderna)
Em um vidro de boca larga com tampa despeje 2 kg de jabuticabas inteiras bem lavadas. Regue com ½ kg de açúcar cristal, recheie com aguardente de boa qualidade até cobrir as jabuticabas. Tampe bem e mexa o vidro para dissolver o açúcar. Deixe repousar 30 dias em lugar escuro. O licor fica delicioso e as jabuticabas ficam licorosas, podendo ser servidas à parte. Essa mesma técnica pode ser usada para fazer licor de pitanga, mexerica morgote e até ameixa vermelha. (Receita de J. D. Leonel)




PITANGA CONTRA A HIPERTENSÃO

Outra parente brejeira da goiabeira e da jabuticabeira é a pitangueira (Eugenia uniflora), também nativa da Mata Atlântica, como resultado de mutações de antepassados dessas árvores em terras brasileiras. O nome de seu fruto, a pitanga, vem do tupi pitag, que quer dizer vermelho. A pitangueira é uma árvore pequena de madeira dura, que serve para fazer cabos e instrumentos agrícolas. A pitangueira propaga-se por sementes e começa a produzir a partir do terceiro ano. As flores, pequenas e com estames salientes, típicas das mirtáceas, surgem nas axilas das folhas. O fruto, vermelho quando maduro, forma vistosas preguinhas e é perfumado. Possui quantidades razoáveis de cálcio, fósforo e vitaminas B e C para ser consumida com freqüência nos locais onde ocorre. As folhas, tradicionalmente usadas pelos índios, também possuem propriedades medicinais, graças a seus aromáticos óleos essenciais (cineol, geraneol e citronerol), além de taninos que estimulam o aparelho urinário e diminuem a pressão arterial.

FICHA TÉCNICA

Ingredientes em cada 100 gramas de polpa
Calorias 38
Cálcio 19 mg
Fósforo 20 mg
Ferro 2,3 mg
Vitamina B1 0,03 mg
Vitamina B2 0,06 mg
Vitamina C 14 mg

RECEITUÁRIO

Contra a diarréia infantil
Despeje 1 copo americano de água fervente sobre 1 colher (sopa) de folhas de pitangueira fatiadas. Deixe amornar tampado por 10 minutos e coe. Dê à criança de ½ a 1 copo americano após cada evacuação.

Contra bronquite
Despeje 1 xícara de café de água fervente sobre 1 colher (sopa) de folhas de pitangueira fatiadas. Tampe, deixe amornar 10 minutos, coe e acrescente 2 xícaras (café) de açúcar cristal. Leve ao fogo para dar ponto de xarope, disolvendo bem o açúcar. Deixe esfriar. Tome até 3 colheres (sopa) ao dia.
Tintura contra tosse e bronquite
Coloque 2 colheres (sopa) de folhas frescas picadas em 1 xícara (café) de álcool de cereais a 70º e deixe macerar por sete dias. Coe e tome 10 gotas duas vezes por dia.

Contra pressão alta e calmante
Despeje 2 colheres (sopa) de folhas fatiadas em 1 xícara (chá) de álcool de cereais a 70%. Deixe descansar por 7 dias e coe. Tome 10 gotas (ou 1 colher (café) diluído em um pouco de água, 2 vezes ao dia.

Contra vermes e diarréia
Ferva 2 colheres (sopa) de folhas frescas picadas em 1 xícara (chá) de água por 5 minutos, deixe amornar e tome pela manhã, em jejum, e após cada evacuação.

Contra artrite e reumatismo
Ferva 2 colheres (sopa) de folhas picadas em 1 copo americano de água, deixe amornar e tome à noite.


COSMÉTICA

Contra rosto oleoso
Ferva 2 colheres (sopa) de folhas de pitangueira picadas em 1 xícara (chá) de água por 5 minutos. Deixe amornar tampado e coe. Adicione o suco de ½ limão e 3 gotas de própolis e mexa bem. Aplique à noite com um chumaço de algodão, depois de lavar e enxugar o rosto. Reaplique algumas vezes, sem esfregar. Deixe agir a noite toda e lave de manhã com sabonete neutro e água morna.

CULINÁRIA
Licor de pitanga
Em um vidro de boca larga com tampa despeje 2 kg de pitangas inteiras bem lavadas. Regue com ½ kg de açúcar cristal, recheie com aguardente de boa qualidade até cobrir as pitangas. Tampe bem e mexa o vidro para dissolver o açúcar. Deixe repousar 30 dias em lugar escuro. O licor fica delicioso e as pitangas ficam licorosas, podendo ser servidas à parte. Essa mesma técnica pode ser usada para fazer licor de jabuticaba, mexerica morgote e até ameixa vermelha. (Receita de J. D. Leonel)





Boxe

O que é uma família de plantas?
As flores serviram de base para a classificação das plantas felita pelo botânico sueco Lineu (1707-1778). Antecipando-se a Charles Darwin (1809-1882), Lineu percebeu que havia uma evolução nas plantas, mas que as flores tendiam a permanecer imutáveis, o que permitia a classificação dos vegetais em famílias botânicas. “Classificar as plantas contar a sua história, isto é, a aventura de sua evolução. Se os botânicos classificam a planta pela flor, é porque a flor é o órgão da planta que mais resiste à evolução: continua tal como era na origem, mesmo quando tudo o mais da planta se adaptou a uma mudança progressiva de clima”, explicam os botânicos Jean Marie Pelt e o jornalista Jean Pierre Curry no livro A Vida Prodigiosa das Plantas. “Em suma, quanto À forma de seu órgão reprodutor, as plantas são conservadoras. Ao que parece, os animais também: não temos mais, graças a Deus, as sobrancelhas em pára-brisa, nem a testa achatada, nem a queixada do primata, mas conservamos um aparelho sexual semelhante ao dos macacos. Percebemos, a julgar pelos macacos, que nossa “flor”, seja ela masculina ou feminina, não evoluiu desde as nossas origens. (...) Chegou até a conservar as vizinhanças pilosas do tempo dos lêmures.

A família das mirtáceas

Também fazem parte da família das Mirtáceas outras árvores e arvoretas de outros continentes, como o craveiro-da-índia (originário do arquipélago das Molucas, Índia e China) e o eucalipto, nativo da Austrália e da Tasmânia. Mas o que faz plantas aparentemente tão diferente serem da mesma família, isto é, serem parentes próximas em termos evolutivos?
A principal característica dessa família que descende de um original comum de muitos milhões de anos atrás são as flores pouco vistosas, embora cheirosas, geralmente com estames longos para serem facilmente polinizados por insetos. Algumas flores são mais chamativas, como a da goiabeira serrana, que é de grande beleza, mas a característica dos estames longo continua como marca registrada mesmo nessas flores mais vistosas.
Isso se deve ao fato de que as mirtáceas descendem de um antepassado comum que existia antes de os continentes terem se separado, há mais de cem milhões de anos. Essas descendentes da digamos goiabeira original sobreviveram à deriva dos continentes e foram sofrendo mutações locais, derivando em novas espécies até chegar nos tempos atuais.
Veja a seguir algumas espécies de mirtáceas espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. Muitas delas produzem saborosos frutos, com a marca registrada das mirtáceas: sais minerais e vitaminas B e C.

Goiabeira serrana
A Feijoa sellowiana ou Psidium sellowianum é um arbusto ou árvore pequena de porte muito elegante, bela folhagem e belas flores. Produz frutos comestíveis e saborosos de 4 a 6 centímetros de comprimento por 3 a 5 centímetros de diâmetro. Foi introduzida em 1890 no sul da França e depois da Itália, onde é cultivada ininterruptamente.
Jambeiros
São árvores de frutos comestíveis muito apreciadas regionalmente e todas aclimatadas ao Brasil. Destacamos três mais apreciados.
O jambeiro-rosa (Zyzygium jambos) é originário da índia e produz frutos redondos de cor amarelo-rósea ou aroxeada, de sabor muito agradável.
O jambeiro vermelho (Zyzygium malaccensis), é nativo da Malásia e tem frutos em forma de pêra de cor vermelho, vermelho-claro ou rósea, com polpa branca de sabor ácido.
O jambeiro branco (Jambosa aquea) vegeta originalmente na Índia e tem frutos cor creme muito ornamentais, pois parecem de porcelana, embora não sejam muito saborosos. A árvore é mais cultivada como ornamental.

Jamelão
A Zyzigium jambolanu é uma árvore originária da Índia, mas muito cultivada no Brasil, onde os frutos podem ser encontrados em grandes supermercados. Eles são redondos, de cor roxa escura, de sabor adocicado e adstringente. Seus pigmentos arroxeados mancham as mãos e a roupa.
Murta
A Myrtus comunis, também chamada mirto ou mirta, é nativa da região do Mediterrâneo e cultivada por causa de suas perfumadas flores brancas. Suas folhas são tônicas e excitantes.
Cambucazeiros
São espécies genuinamente brasileiras. Quatro são os mais apreciados.
O cambucazeiro verdadeiro (Marlieria edulis) é uma árvore da Mata Atlântica, cujo fruto, o cambucá, amarelo com polpa sumosa e refrigerante, era vendido em feiras no Rio de Janeiro.
O cambucazeiro (Myrciaria plicato-costata) é uma árvore da Mata Atlântica que produz frutos vermelho-escuros de polpa doce.
O cambucazeiro-preto (Eugenia volutina) tem frutos vermelho-escuros de polpa vermelha, ligeiramente ácida, e é típico das restingas do Rio de Janeiro.
A cambucarana (Eugenia cambucarana) é um arbusto nativo do Rio de Janeiro.
Araçazeiros
Genuinamente brasileiros, dividem-se em várias dezenas de espécies, dentre as quais se destacam 17.
O araçazeiro branco (Psidium albidum) é um arbusto comum em vários Estados brasileiros, com saborosos frutos carnosos.
O araçazeiro cagão (Psidium rufum), também chamado araçá-perinha é uma pequena árvore cujos frutos são laxantes se forem consumidos crus. O doce em massa feito com esse fruto (araçazada) não tem essa propriedade. Vegeta entre Bahia, Rio e Minas Gerais.
O araçazeiro cinzento (Psidium cinereum) produz frutos medicinais, que o povo dos sertões de Minas Gerais e São Paulo, de onde é nativo, usa para combater hemorragias.
O araçazeiro-de-coroa (Psidium cattleyanum), também chamado araçá-da-praia, vegeta do Rio até Minas Gerais e Santa Catarina e é a árvore do gênero mais cultivada como fruta comestível no exterior. A cor de seus frutos saborosos vai do amarelo ao vermelho.
O araçazeiro-de-festa (Campomanesia multiflora) também é chamado guabiroba-dos-gerais, é nativo de Minas Gerais e São Paulo.
O araçazeiro-de-flor-grande (Campomanesia aromatica), conhecido como goiabeira selvagem é originário das Guianas e cultivado em pequena escala no Brasil.
O araçazeiro-de-folha-grande (Campomanesia grandiflorum), também chamado araçá-de-minas, vegeta desde Minas Gerais até o Rio Grande do Sul.
O araçazeiro-do-pará (Britoa acida) é uma árvore amazônica muito apreciada por seus frutos saborosos.
O araçazeiro felpudo (Psidium incanescens), também chamado goiabinha ou guabiroba (em Minas Gerais), vegeta de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul.
O araçazeiro-guaçu (Psidium laurifolium) é uma árvore originária de Santa Catarina que fornece madeira para carpintaria e marcenaria de luxo.
O araçazeiro miúdo (Psidium microcarpum), também chamado araçazinho é um arbusto de pequenos frutos comestíveis nativo da Mata Atlântica.
O araçazeiro-peba (Psidium arboreum), também chamado goiabeira brava, também é originário da Mata Atlântica e fornece frutos saborosos e excelente madeira.
O araçazeiro-pedra (Psidium oligospermum) é nativo da Bahia e produz frutos amargos.
O Araçazeiro-piranga (Eugenia beguensis e Psidium acutangulum) é o nome dado respectivamente a um arbusto e o segundo uma árvore que produzem saborosos frutos. É encontrado nos Estados litorâneos do Brasil.
O araçazeiro verde (Psidium cuneatum), é nativo de Minas Gerais e seus frutos são apreciados localmente pelo sabor.
O araçazeiro vermelho (Psidium humile) produz pequenos frutos de sabor ácido e também vegeta entre Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
O araçazeiro-do-mato (Myrcia glabra) vegeta de São Paulo ao Rio Grande do Sul.
Araçaí
O Psidium arasa-hu é um arbusto originário de Santa Catarina de cuja madeira são feitos instrumentos agrícolas.

Cabeluda
A Eugenia tormentosa, também chamada cabeludinha e cabeludeira, é um arbusto que produz pequenos frutos amarelos comestíveis e muito aromáticos, nativa do Rio de Janeiro
Cabeludo
A Eugenia cabelludo é um arbusto parecido com a cabeluda, com maior extensão geográfica de ocorrência, do Rio de Janeiro a Minas Gerais.
Cambuci
A Paivaea langsdorffii é uma árvore que produz frutos em forma de disco voador. Eles são comestíveis, dão sucos muito saborosos e servem para temperar aguardente. A árvore não existe mais no bairro de São Paulo que leva seu nome, mas pode ser encontrada nos quintais de Paranapiacaba, antiga vila ferroviária próxima de São Paulo que fica no alto da Serra do Mar.
Cereja nacional
A Eugenia retusa é uma arvore de Santa Catarina, onde vegeta ao longo dos cursos de água. Sua fruta, comestível, parece uma cereja, e sua madeira é de boa qualidade.
Cabacinha do campo
A Eugenia klotzchiana, também chamada grumixameira pelos caboclos e de ibaporoiti pelos guaranis, é nativa do Brasil. Seus frutos roxos, escuros, vermelhos ou amarelos podem ser comidos crus ou em geléias. Seu gosto é ligeiramente ácido e eles são ricos em vitamina C. Podem ser fermentados para produzir vinho de cabacinha ou vinho de grumixama.
Guabirobeiras
Dividem-se em dezenas de espécies, dentre as quais 15 são as mais apreciadas, todas elas também indiscriminadamente chamadas de guabirobeiras ou gabirobeiras.
A Campomanesia corymbosa, também conhecida como uvalha e guarivoba, é um arbusto nativo de Minas Gerais e produz frutos perfumados e saborosos.
A Campomesia martiana é uma árvore de frutos comestíveis que ainda vegeta nas matas de São Paulo.
A Campomesia obversa é um arbusto vegeta de Minas Gerais ao Paraguai e também produz frutos de sabor agradável.
A Campomesia reticulata, também chamada uvaia, é nativa dos Estados de Minas Gerais, Goias e São Paulo. Seus frutos são muito saborosos e podem ser consumidos crus, quando maduros, ou em compotas. Podem também ser dessecados, fornecendo ótimas passas.
A Campomanesia rufa vegeta em minas e São Paulo e é muito semelhante à uvaia.
A Campomanesia transalpina vegeta no rio de janeiro e se destaca das outras guabirobeiras por produzir os frutos mais saborosos.
A Campomanesia virescens é um arbusto que vegeta entre Minas Gerais e o Paraguai e produz frutos comestíveis.
A Campomanesia cerulea, também chamada guabiroba branca ou guabiroba lisa é um arbusto de frutos comestíveis que vegeta em Minas Gerais e em São Paulo.
A Abbevillea guabiroba, também chamada guabirobinha-de-cachorro ou guabiroba vegeta desde o Estado de Pernambuco até São Paulo e produz frutos apreciados.
A Campomanesia fenzliana, ou guabiroba de Minas, tem frutos muito parecidos com a goiaba, que podem ser comidos crus ou em geléia. Nativa do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, já foi exportada para os EUA, onde existem plantações comerciais.
A Campomanesia aurea, também chamada araçá rasteiro, é um subarbusto de frutos comestíveis que vegeta no Uruguai e no Rio Grande do Sul.
A Campomanesia desertorum é um arbusto nativo de Minas, cujos frutos também são apreciados.
A Campomanesia aprica, também chamada guabiroba-mirim, é um arbusto herbáceo de frutos comestíveis, embora ácidos (são ricos em vitamina C) encontrada nas matas de São Paulo e Minas Gerais.
A Campomanesia salviaefolia, também chamada guabirobinha, é um arbusto nativo de São Paulo e Minas Gerais que produz pequenos frutos de sabor agradável.
A Myrtus nucronata, também chamada guabirobinha, vegeta nas áreas ribeirinhas do Uruguai e do Rio Grande do Sul.
Cagaiteira
A Stenocalix dysentericus é uma árvore que se estende da Bahia até São Paulo, Minas Gerais e Goiás, vegetando principalmente nos Cerrados. Sua polpa, acidulada, produz efeito laxante quando comida em grande quantidade.
Camucamuzeiro
A Myrciaria dubia é um arbusto amazônico cujo fruto, o camucamu, é campeão mundial em vitamina C: cerca de 3.000 mg a cada 100 g de polpa. Seu extrato em pó, comercializado na Europa, Japão e EUA, contém três vezes mais vitamina C que os remédios efervescentes com ácido ascórbico sintético.
Cambuizeiros
Dentre as principais espécies dessas árvores e arbustos nativos do Brasil destacam-se algumas.
A Myrcia sphaerocarpa tem frutos com polpa muito adstringente e vegeta em todo o Brasil.
A Myrciaria linearifolia é uma arvore nativa do Rio Grande do Sul que fornece madeira para mourões.
A Myrtus rubra, também chamada cambuizeiro roxo dá pequenos futos roxos-escuros comestíveis e é encontrado nas restingas do Rio de Janeiro.
A Myrtus Alba, ou cabuizeiro amarelo, é um arbusto de frutos muito saborosos, encontrado nas restingas do Rio de Janeiro.
A Eugenia tenella, também chamada cambuizeiro preto ou murta do campo, é um arbusto de madeira muito resistente, usada para dormentes, que também produz pequenos frutos comestíveis.

Cravo-da-índia
A Eugenia aryophyllata ou Zyzygium aromaticum é nativo das ilhas Molucas, da índia e da China. Os cravos do comércio são os botões florais da arvoreta, ricos em eugenol, que lhes dá o delicado aroma, além de outras substâncias como acetugenol, cariofileno, álcool metílico, furfurol e vanilina. Usado como tempero tanto para doces como para salgados. Em grande quantidade é anestésico, o que indica seu óleo para combater dor de dente numa emergência

Eucalipto

O eucaliptus globosus tem centenas de variedades e é originário da Austrália e da Tasmânia e hoje cultivado no mundo todo. Suas folhas, flores e casca são medicinais, usadas em preparados para asma, bronquite e outros problemas respiratórios. É só comparar a flor do eucalipto com seus estames em pompom com a flor da goiabeira para notar o parentesco entre essas plantas aparentemente tão distantes, mas que não passam de parentes separados pelo espaço e pelo tempo.



BIBLIOGRAFIA
BALBACH, Alfons, As Frutas na Medicina Doméstica, São Paulo, Edições A Edificação do Lar (Edel), s/d.
BRODY, Jane E., O Livro de Saúde do The New York Times – Como sentir-se em forma, comer melhor e viver mais, Editora Campus, Rio de Janeiro, 1999
CASCUDO, Luís Câmara, História da Alimentação no Brasil, São Paulo, Editora Itatiaia/Editora da Universidade de São Paulo, 1983.
CORRÊA, Pio, Dicionário das Plantas Úteis no Brasil e das Exóticas Cultivadas, Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1978.
GOMES, Marcos, As Plantas da Saúde, São Paulo, Edições Paulinas, São Paulo, 3ª edição, 2003.
GRAF, Alfred Byrd, Tropica – Color Cyclopedia of Exotic Plants and Trees, Roehres Company, EUA, 1992
GUIA RURAL ABRIL, São Paulo, Editora Abril, 1988.
HOEHNE, Plantas e Substâncias Vegetais Tóxicas e Medicinais, Departamento de Botânica de SP, 1978
LAURO, Fritz de, e FROTA-PESSOA, Oswaldo, verbete Mirtáceas da Enciclopédia Mirador Internacional, Rio de Janeiro, Editora Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1976.
LORENZI, Harri, e MATTOS, José de Abreu, Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas, Nova Odessa, SP, Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2002.
MORS, W.B.; RIZZINI, C. T. e PEREIRA, N. A., Medicinal Plants of Brazil, Algonac, Michigan, EUA, Reference Publications Inc., 2000.
OSLER, William, Tarascon Pocket Pharmacopoeia, Nova York, EUA, Tarascon, 2000.
PANIZZA, Sylvio, Plantas que Curam (Cheiro de Mato), São Paulo, Ibrasa, 1998.
PINTO, Joaquim de Almeida, Dicionário de Botânica Brasileiro, Rio de Janeiro, 1873.
ROTMAN, Flávio, A Cura Popular pela Comida, Rio de Janeiro, Editora Record, 10ª edição, 1986.
SCHAUENBERG, Paul, e Ferdinand Paris, Guía de las Plantas Medicinales, Ediciones Omega, Barcelona, Espanha, 1980.
WALZBERG, Catharina, 170 Receitas para Recuperação da Saúde, Itapecerica da Serra, SP, Retiro para Recuperação da Saúde, s/d


SITES
Pesquisas genéricas
WWW.google.com.br
WWW.altavista.com
WWW.wikipedia.com.br
WWW.todafruta.com.br
Site de receitas
WWW.tudogostoso.com.uol.br

Pesquisas acadêmicas
WWW.google.academico.com
lattes.cnpq.br

Sites específicos
WWW.arvoresdesaopaulo.wordpress.com

4 comentários:

  1. Ola,muito interessante as informacoes que encontrei aqui; e as receitas tbem. Apenas um comentario com uma observacao sobre a goiaba serrana, ou goiaba da serra, ou feijoa; o nome cientifico dela seria Acca Sellowiana ( o nome antigo, tambem usado seria Feijoa sellowiana). Psidium sellowianum, seria o Araçá. Tenho arvoretas de Araçá e de goiaba serrana em flor.Como sao lindas as flores da 'feijoa'. E o fruto,o mais saboroso que provei.O reservatorio genetico,o berço da especie seria o sul do Brasil,Uruguai. Porem o pais que mais produz e exporta, seria a Nova Zealandia.Porem os USA,e europa tambem a cultivam.A Epagri de Sta Catarina, junto com a Universidade federal de SC, estao produzindo 'cultivares' melhorados da especie. Fato interessante,a fruta eh nativa dos estados dos sul, e as plantas de 'feijoa' melhoradas por estas instituicoes, nao podem ir ao mercado, e serem entregues aos 'viveiristas' p/ produzirem mudas p/ produtores, justamente porque o material genetico, a descricao genetica destas 'cultivares' tem uma porcentagem de semelhanca , minima,com 'cultivares' pertencentes a outros paises produtores.Esta diferenca,sendo minima, tem que diminuir mais ainda, p/ que estas instituicoes tenham direito de propriedade intelectual sobre o que'criaram'.Moral da historia p/ os paises em geral: Cuide do seu reservatorio de material genetico vegetal.No futuro, ele pode valer ouro. abracos e obrigado pela leitura do teu blog.

    ResponderExcluir