sábado, 24 de julho de 2010

SAIS MINERAIS, MICRODOSES DE SAÚDE

No corpo humano são encontradas microquantidades de sais minerais, também chamados oligoelementos, que, como as vitaminas, auxiliam nas mais variadas funções metabólicas. Comprovou-se que, em pequeníssimas quantidades, existe até ouro no fantástico organismo humano. Os principais sais minerais são: cálcio, cobal¬to, cobre, enxofre, ferro, flúor, fós¬foro, iodo, magnésio, manganês, molibdênio, potássio, selênio, sódio e zinco. Eles são fornecidos na nossa alimentação tanto pelos alimentos de origem vegetal como pelos de origem animal.
Todos esses sais minerais parti¬cipam ativamente dos processos químicos que garantem a vida de nossos órgãos e nossas células. O tratamento com sais mine¬rais - de preferência por meio de uma alimentação balanceada e variada pode curar várias doenças ou melhorar muito a disposição de uma pessoa. O tratamento com águas minerais pode ser eficaz em certos casos (veja na página 35).



O que fazem e de onde eles vêm?

Cálcio
Formador dos ossos e dos dentes, ajuda na coagulação do sangue, nos batimentos cardí¬acos, aumenta a atividade do sis¬tema imunológico (contribuindo para combater infecções), man¬tém os índices de ferro em equilíbrio e, junto com a vitamina B6, aumenta a energia dos múscu¬los. Os exercícios físicos, o fósforo e as vitaminas C, D e K favorecem a absorção de cálcio. Está sendo constantemente renovado no organismo, por isso precisa sempre estar presente na alimentação. Para que se tenha em mente a importância da ingestão desse sal mineral na comida, é só lembrar que, três vezes por ano, todo o cálcio velho dos ossos do nosso corpo é substituído pelo que é fornecido pelos alimentos.
Mulheres grávidas ou na meno¬pausa sofrem deficiência. Em crianças, a dificul¬dade de absorver o cálcio (devido à desnutrição ou deficiência de vita¬mina D) provoca raquitismo (retardo no crescimento e pernas arqueadas). Constatou-se que um consumo maior de cálcio faz baixar a pressão de hipertensos em 20% das pessoas de uma pesquisa. Provavelmente seriam casos de pessoas que precisam de mais cálcio para manterem normal sua pressão. Mas o uso de suplementos de farmácia deve ser criterioso e ter supervisão porque o excesso de cálcio pode retardar o crescimento em crianças, causar problemas na coa¬gulação do sangue e diminuir a ab¬sorção de vitami¬na B12, ferro, zin¬co e manganês.
Fontes: leite, pão de leite, queijo, gema de ovo, fru¬tos do mar, agrião, aipo, alface, alfafa, almeirão, brócolis, caruru, catalunha, cebolinha branca, couve, couve-flor, escarola, mostarda (folhas), repolho, salsa e outras verduras verdes (menos acelga, beterraba e espinafre, que, embora ricos em cálcio, possuem ácido oxálico, que restringe sua absorção pelo organismo), amêndoas oleaginosas (principalmente nozes, avelãs e castanhas-do-pará), vagens secas, soja (e sua farinha), feijão, grão-de-bico, cenoura, nabo, figo seco, laranja, jenipapo e melaço. Alimentos com maiores teores: ricota (1/2 xícara de chá), 337 mg; leite (1/2 xícara de chá), 300 mg; iogurte desnatado (1/2 xícara de chá), 225 mg; figo seco (5 figos), 135 mg; sardinha (30 g), 130 mg; tofu (1/2 xícara de chá), 118 mg; couve cozida (1/2 xícara), 90 mg; feijão cozido (1/2 xícara de chá), 80 mg; soja cozida (1/2 xícara de chá), 65 mg; grão-de-bico cozido (1/2 xícara de chá), 60 mg.

Cobalto
Só existe nos alimentos de origem animal e somente é absor¬vido pelo organismo em presença da vitamina B12. Sua falta pode causar anemia, prejudica o funcionamento da tireóide e está relacionada com algumas alergias.
Fontes: fígado, rim e frutos-do-mar.

Cobre
Protege contra problemas cardíacos e pulmo¬nares, ajuda a formar a hemoglobina do sangue (junto com o ferro) e par¬ticipa na formação de ossos, cabelos, artérias, tecidos nervosos e tendões. A carência de cobre é muito difícil, pois ele é usado em ex¬cesso como fungi¬cida (calda bordalesa) em quase todas as plantações. Mas doses excessivas causam pressão alta, envelhecimento precoce, anemia, problemas cardíacos, náuseas e vômitos.
Fontes: fígado, rins, mariscos, amêndoas oleaginosas (principalmente nozes), uva, beterraba, espinafre, abacate, cereais, legumes e cogu¬melos.

Enxofre
Ajuda no tratamento da epilepsia, da psoríase (escamas secas e claras na pele), mantém a elasticidade da pele e das articula¬ções (combatendo a artrite e o reu¬matismo), fortalece os cabelos e as unhas e retarda o processo de enve¬lhecimento.
Fontes: alho, cebola, couve-de-bruxelas, lentilhas, germe de trigo, ovos, proteínas de origem animal.

Ferro
É o componente ativo da hemoglobina do sangue, que trans-porta oxigênio para as células e delas recolhe o gás carbônico. Can-saço, perda de peso, tontura e falta de ar podem ser sintomas tanto da falta como do excesso de ferro. O excesso também está relacionado com casos de autismo em crianças, piora os casos de esquizofrenia e artrite e pode até ser fatal nas pes¬soas com cirrose (o ferro se acumula no fígado) e mal de Parkinson.
Já a insuficiência é comum nas mulheres, devido à perda de sangue na menstruação e pode provocar anemia. Aumentos que contêm vi¬tamina C ajudam a absorção de ferro, enquanto o leite, tomado nas refeições, diminui essa absorção.
Fontes: leite, carnes de boi, fígado, frango, peixes, frutos do mar, gema de ovo, melaço, levedura de cerveja, amêndoas oleaginosas (nozes, amendoim cru, castanha-do-pará, castanha de caju etc.), frutas secas em geral, batata, jaca, espinafre, couve, brócolis, agrião, acelga, escarola, cereais integrais (trigo e arroz) e feijão detêm as maiores concentrações.



Flúor
Sua falta torna os ossos mais frágeis e os dentes propen¬sos às cáries. Seu excesso, po¬rém, é prejudicial, podendo pro¬vocar manchas nos dentes, ca¬los ósseos na coluna (que doem como os bicos-de-papagaio) e má-formação dentária nas crianças. Não deve ser tomado em altas doses.
Fontes: água potável fluorada, peixes, frutos do mar, carnes em geral, cereais, chás (preto e verde), verduras (maiores concentrações no aspargo) e frutas.


Fósforo
Faz as cé¬lulas liberarem energia e estimula o sistema ner¬voso. Junto com o cálcio e a vitamina D, participa do de¬senvolvimento e da renovação dos ossos. Entra também na composição das fibras musculares. Mas o ex¬cesso de fósforo pode impedir a ab¬sorção do cálcio, prejudicando ossos e dentes. Muitos remédios antiácidos reduzem os índices de fósfo¬ro no organismo - podem provocar debilidade, perda de apetite e mal-estar nas pessoas que estão tratando úlceras e azia.
Fontes: cereais (trigo, milho e derivados, além de arroz, feijão mulatinho, ervilha seca verde, lentilha), legumes e verduras (couve-flor, batatinha, cenoura, vagem, alface repolhuda), frutas (banana, maçã, carambola), peixes e outros alimentos de origem animal, como carne, gema de ovo, leite e queijos.

Iodo
É um importante componente dos hormônios produzidos pela tireóide, que aumenta de ta¬manho quando ele falta (bócio). Du¬rante a gravidez, sua ausência pode resultar em retardo mental da cri¬ança. A falta de iodo também causa obesidade, aumenta as taxas de colesterol, diminui o apetite sexual, aumenta a pressão sanguínea e pro¬voca fadiga.
Fontes: sal marinho iodado artificialmente, peixes de água salgada, óleo de fígado de bacalhau, algas marinhas, frutos do mar, agrião, alcachofra, alface, alho, cebola, cenoura, couve, couve-flor, ervilha, aspargo, espinafre, fava, feijão, rabanete e tomate.

Magnésio
Geralmente, atua junto com o cálcio e o fósforo. Parti¬cipa da produção de enzimas, do desenvolvimento dos ossos e dos dentes, das contrações musculares, das reações dos nervos e da adapta¬ção do corpo às baixas temperatu¬ras. Baixa a pressão sanguínea e reduz os níveis de colesterol. E mui¬to importante durante a gravidez, pois evita a toxemia (intoxicação do sangue). Funciona também como antidepressivo.
O magnésio é elemento fundamental para síntese das proteínas, para a contratilidade muscular e excitabilidade dos nervos, além de aumentar o poder de algumas enzimas. Esse sal mineral ajuda a manter a temperatura do nosso corpo e combate a arteriosclerose, pois dissolve gorduras no sangue.
O magnésio também previne cálculos renais de oxalato de cálcio. É ainda indispensável nos casos que favorecem a deficiência desse mineral, como vômitos freqüentes, diarréia crônica, má-absorção intestinal, alcoolismo e uso prolongado de diuréticos como clorotizida, ácido etacrínico, cloreto de amônio, diuréticos mercuriais.
Fontes: banana, arroz integral, amêndoas oleaginosas, espinafre, leite desnatado, aveia, frutos do mar, carne bovina.

Manganês
Estimula o sistema nervoso, a formação dos ossos e as funções reprodutivas. Tonifica o fí¬gado, do pâncreas e as glândulas supra-renais. Em excesso, provo¬ca tremores nas mãos, dificul¬dade de falar e paralisia facial. Já a falta (raríssima) causa lesões na pele, perda de peso e queda de cabelos.
Fontes: amêndoas oleaginosas, cereais (principalmente o feijão), legumes, cenoura, folhas de beterraba, abacaxi.

Molibdênio
A insuficiência do molibdênio está relacionada com o acúmulo de áci¬do úrico e com as ocor¬rências de gota. Mas o ex¬cesso também causa pro¬blemas, pois diminui a absor¬ção de cobre, provocando distúr¬bios nos ossos, tendões, tecidos ner¬vosos, artérias, coração, pulmões e cabelos.
Fontes: fígado, leite, grãos, legumes em geral e folhas verde-escuras.

Potássio
Atua junto como sódio, o cloro e o bicarbonato e está relaci-onado com as contrações muscula¬res (inclusive do coração), a trans-missão dos impulsos nervosos e a geração de energia nas células.
Tanto a falta como o excesso de potássio podem estar relacionados com problemas de pressão ou do coração, dores de cabeça, enxaque¬cas e doenças renais. Quem sofre dos rins geralmente tem excesso de potássio e deve limitar seu uso, co¬zinhando carnes e verduras e des¬prezando o liquido. Deve tam¬bém evitar enlatados e refri¬gerantes.
Já os diabéticos gra¬ves, as pessoas que usam constantemente diuréti¬cos ou laxan¬tes e os cardíacos em tra¬tamento com remédios digitálicos geralmente so¬frem de um problema contrário - a deficiência de potássio -, que deve ser su¬prido pelos alimentos.
Fontes: caldo de carne, carnes brancas e vermelhas, frutas (como coco-da-baía, abacaxi, abacate, banana, figo, tâmara, tomate, uva), verduras (aipo, acelga, alface, beterraba, couve-nabo, espinafre, nabo, salsa), leguminosas (ervilha, fava, lentilha), cereais (arroz integral, por exemplo) e a maioria dos turbérculos. Alimentos mais ricos em potássio: melado (1/2 xícara, 2.400 mg; batata cozida (1 média), 844 mg, melão (1/2 fruta), 825 mg; abacate (1/2 fruta média), 742 mg, iogurte, 530 mg, suco de laranja fresco, 472 mg, banana, 451 mg, amêndoa, 426 mg; espinafre cozido (1/2 xícara), 419 mg; amendoim (57 g), 400 mg.


Selênio
Previne enfartos e au¬menta a resistência do coração. Pro-vavelmente devido à sua ação antioxidante, mostra-se capaz de neutralizar tumores can¬cerígenos na fase inicial (intestino grosso, reto, estômago, pâncreas, pele e próstata).
Fontes: alho, farelo de trigo, cereais integrais, leite, queijo, coalhada, iogurte, peixe fresco, frango, miúdos e carne de boi. Alimentos com maior teor de selênio em mg a cada 100 g: castanha-do-pará, 2.960; trigo, 123 mg; fígado de frango, cozido, 72 mg, farinha de trigo integral, 71 mg.

Sódio
Age sempre em conjunto com o potássio. Enquanto este último atua dentro das células, o sódio age nos interstícios delas. O desequilíbrio sódio/potássio afeta a passagem de água pelas paredes celulares, fazendo as células "inchar" ou "murchar".
Quando a quantidade de sódio é maior que a de potássio, a pres-são sanguínea aumenta. Se ocor¬re o contrário, a pressão cai.
O excesso de sódio, devido ao consumo exagerado de sal de co-zinha (cloreto de sódio), é o prin¬cipal agente causador de pressão alta e dos consequentes proble¬mas cardíacos.
Fontes: sal de cozinha, bicarbonato, carnes, leite, ovos, verduras e legumes.

Zinco
Estimula a produção de células brancas pelo sistema imunológico e atua também na síntese de proteínas e na divisão celular. Funciona ainda como antidepressivo.
Fontes: ovos, leite, frutos do mar, atum, sardinha, carnes brancas e vermelhas, ervilha e castanha-do-pará. Alimentos com maior teor de zinco: ostra crua, 63 mg; caranguejo (2 médios cozidos no vapor), 4 mg; fígado de boi (85 g), 7 g); carne escura de peru assada (95 g), 5 g


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